INÍCIO   >  INSTITUTOS  >  Instituto de Altos Estudos – IAE  >  Instituto de Altos Estudos   >  Mensagem do Presidente

Existem dois movimentos de resposta às novas exigências de articulação das gerações, uma que se orienta para criar Academias de Jovens Cientistas, outra que visa corresponder à necessidade da adaptação contínua dos adultos idosos às mudanças aceleradas desta época.

Esta segunda orientação tem resposta em várias universidades europeias, e também em autarquias preocupadas com a qualidade de vida da, por vezes, chamada terceira idade.

Em Portugal, a Universidade do Porto tem um programa de Estudos Universitários para seniores, a Universidade dos Açores oferece cursos de curta duração, a Universidade Técnica prepara-se para organizar o seu ensino para seniores, em Espanha são dezenas as Universidades que aderiram ao movimento, e algumas Câmaras Municipais portuguesas ensaiaram intervenções de mérito.

A designação de Universidade da Terceira Idade vulgarizou-se, e embora as designações variem, a problemática é transversal, parecendo oportuno que as Academias assumam uma contribuição a este serviço à comunidade.

Quando se procuram as ofertas de matérias didáticas das instituições existentes, conclui-se que é comum a perspetiva de contribuir para que, face a um crescente número de pessoas com idade superior à da aposentação legal, mas com capacidades e perspetivas de vida longa para além dos imperativos legais, tal grupo se mantenha ativo e participante no acompanhamento dos avanços científicos e tecnológicos, e das mudanças culturais que exigem compreensão intergeracional.

As respostas organizadas são várias, sendo que em Portugal optam geralmente pela designação de Universidades da Terceira Idade, especialmente preocupadas com mulheres seniores, e sempre com aposentados.

Alguns dos cursos propostos dirigem-se a licenciados, outros optam por matérias de cultura geral sem exigir formação específica ou superior, alguns oferecem diplomas com garantia de créditos, outros simplesmente diplomam a frequência.

Uma Academia também assume um dever cívico ao intervir nesta área tão desafiante da evolução do saber e das exigências de articulação geracional, o que implica uma definição de trabalho, sujeito a experiência, e que esteja de acordo com a sua especificidade institucional.

Uma das linhas possíveis, será um curso de conferências sobre a mudança social e política do mundo contemporâneo, contribuindo para o bom entendimento entre gerações, isto é, para o que alguns chamam qualidade de vida sénior.

Outra linha seria a de organizar temáticas avançadas para licenciados seniores, assegurando a sua ligação com o avanço da sociedade da informação e do saber. Finalmente, depois de experiência suficiente, diplomando eventualmente o saber alcançado.

Parece prudente começar pela primeira linha, a experiência conhecida mostrando uma preferência dos interessados, não diplomados, pela história, pela literatura, pela política, pela qualidade de vida, pelo multiculturalismo, pelas novas tecnologias.

A segunda linha, mais exigente de formação prévia, deveria ter em vista preparar seniores para novas atividades ao seu alcance e escolha, apoiados no enriquecimento da experiência já vivida, e no conhecimento de novas oportunidades abertas à sua experiência. A nova atividade desenvolver-se-á sob a autoridade de um Conselho Cientifico composto por representantes de ambas as Classes, com um presidente e apoio dos serviços da Academia, dependentes do Conselho Administrativo, responsável este pela viabilização das iniciativas.

Adriano Moreira
Presidente do Instituto de Altos Estudos