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Sessão da Classe de Ciências
   06 de Fevereiro - 15h30

1.     Comunicação do académico Senhor Carlos Sousa Oliveira, intitulada O sismo de 28 de fevereiro de 1969:  novos desafios.

2.   Comunicação da Senhora D. Cristiana Palmela Pereira, intitulada O estudo dos Restos Humanos Esqueletizados Fragmentados e Misturados relacionados com o Terramoto de 1755: Base da Dados da Coleção da ACL.

Resumo: Restos humanos misturados e fragmentados são encontrados um inúmeros contextos em todo o mundo. Estas valas comuns geralmente exigem estudos de grande escala e durante muito tempo para a obtenção de todos os dados signficativos e contextualizar os mesmos. No entanto, quando são descobertas estas valas de restos humanos misturados e fragmentados relacionados a um tempo passado com históra, os restos humanos tem que ser preservados, não podendo utilizar-se técnicas destrutivas e invasivas. A melhor forma de estudo destas amostras osteológicas a nível laboratorial é a utilização da bases de dados com formas visuais, como esquemas e fotografias; e a recolha de um conjunto mínimo de observações para elementos esqueléticos do crânio e pós craniano. A base de dados facilita a recolha de dados de identificação dos fragmentos, estimativa da idade à morte, da estatura e do sexo, observações dentárias, registo de patologias e traumatismos e observações tafonómicas, entre outras. Para a construção desta base de dados é inserida para cada variável, como se tratasse de um dicionário de dados, com definições e listas de valores usados na própria base de dados. A base de dados tem sido usada em vários laboratórios que a alteram de acordo com as suas necessidades. 

Contudo, o registo de restos humanos fragmentados e misturados pode ser uma atividade muito complexa que exige protocolos padronizados para a recolha dos dados. Outra desvantagem do estudo de restos fragmentados é que estes são mais difíceis de serem identificados e contextualizados. E, quando para além disso, estão misturados, podem limitar a quantidade de recolha de dados na investigação. 

Estimar a idade à morte, a estatura e o sexo pode ser difícil, impossível ou limitada, como na idade à morte a categorias maiores como “adulto (mais de 18 anos)” ou “adolescente (mais de 12 anos)”. Mas, mesmo com estas dificuldades, o estudo destes restos humanos podem ter uma riqueza no conhecimento demográfico, identificativo, paleontológico, entre outros. 

A base de dados que iremos apresentar é a que tem sido construída para a análise dos restos humanos fragmentados e misturados encontrados em 2004 nos Claustros da Academia das Ciências de Lisboa e, que pertencem a vítimas relacionadas com o Terramoto de Lisboa de 1755. Esta apresentação vai identificar as atividades laboratorias desde 2004 até ao presente. 

A Sessão será transmitida, em direto, aqui.