Comunicação do académico Senhor João Carlos Espada, intitulada "Churchill e Tocqueville: Uma paixão aristocrática pela liberdade".
Recordando a comum condição aristocrática de Winston Churchill e Alexis de Tocqueville, propõe-se um olhar retrospectivo sobre dois conceitos modernos de democracia.
Na tradição associada a Rousseau (que muito influenciou Robespierre, Marx, Lenine e Mussolini, entre outros), a democracia tende a ser entendida como regime monista, fundado na ‘vontade geral’. Alegadamente resultante de uma ruptura com a tradição aristocrática descentralizada, a ‘vontade geral’ dos ‘iguais’ daria lugar ‘à total alienação por cada associado de ele próprio e de todos os seus direitos para toda a comunidade’.
Em contrapartida, Churchill e, sobretudo, Tocqueville, sublinharam o potencial despotismo desse entendimento da democracia, que associaram a um culto imoderado e moderno da igualdade. Por contraste, defenderam um entendimento liberal da democracia, que acentua a limitação de todos os poderes e o pluralismo da sociedade civil.
No pluralismo das associações civis, independentes do estado, Tocqueville viu uma espécie de ‘personalidades aristocráticas na era democrática’: ao defenderem as suas liberdades particulares, defendem as liberdades de todos. Churchill, por seu turno, defendeu que o segredo da liberdade inglesa assentava na capacidade de ter assimilado todas as reivindicações sociais modernas sem precisar de romper com a tradição aristocrática da Magna Carta de 1215.
Comunicação do académico Senhor José Luís Cardoso, intitulada "Cultura e desenvolvimento na formação económica de Celso Furtado (1920-2004)".
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