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1. Comunicação da académica Senhora D. Helena Cruz Coelho, intitulado Alexandre Herculano entre a História e a Ficção Histórica: O Monge de Cister.
Herculano, um intelectual romântico, comungando dos valores e ideais do liberalismo, defendia um projecto de educação nacional em que a história, a literatura e a moral contribuíam para a formação das gerações no amor à Nação e no empenhamento pela sua regeneração. O conhecimento da história e o culto da história atravessavam todas as manifestações intelectuais românticas, como a poesia, o romance, a novela, o teatro.
Logo Herculano convocou os seus conhecimentos e desmultiplicou a sua actividade entregando-se à escrita científica da história, à preservação dos documentos históricos e à divulgação e acessibilização da história em periódicos ou em literatura ficcionada de romances e dramas históricos.
Os romances históricos de Alexandre Herculano, O Monge de Cister, O Bobo e Eurico o Presbítero, e a maioria da sua literatura ficcionada, desde logo as Lendas e Narrativas, centram-se na Idade Média, a época preferida dos românticos, e aquela a que este escritor se devotou inteiramente como historiador, romancista e diplomatista.
Tomaremos como estudo de caso O Monge de Cister, o seu mais volumoso romance e aquele em que a componente da história é mais forte e vincada, para reflectirmos sobre essa dialéctica e compromisso entre a história e a ficção na obra de Herculano. Analisaremos a sua contextualização e verosimilhança históricas. Percorreremos a narrativa, as persongens e o período em que se enquadram as situações ficcionadas. Deter-nos-emos sobre a ambiência social e cultural que nos é retratada. Intentaremos, por fim, captar na prosa do romance os ideais que Herculano advogava e queria transmitir aos leitores do seu tempo.
2. Comunicação do académico Senhor Jorge Barbosa Gaspar, intitulada As Geometrias da Geografia.
Como sugerem as etimologias, Geometria e Geografia têm em comum o objeto do seu estudo, a Terra, e o ambiente científico, cultural e geográfico, em que se configuram enquanto saberes fundamentais, o mundo da Grécia Antiga.
Desde as suas origens na Antiguidade, a Geografia nunca deixou de beneficiar dos desenvolvimentos da Geometria e da Geodesia, mormente através da importante interface que tem sido a Cartografia.
Nesta comunicação apresento alguns exemplos de geometrias da Geografia, que se podem ler no território, a diferentes escalas. Estas leituras são o resultado de algumas das minhas experiências de geógrafo: análise, teoria, aplicação.